domingo, 21 de dezembro de 2008

Peskovic ainda não aprendeu português, mas já é um "herói" entre os "estudantes"

Quando se vêem as primeiras páginas dos jornais (especialmente desportivos) desta manhã, um nome salta à vista: Peskovic.

O guarda-redes da Académica, ontem em Alvalade, fez uma excelente exibição, sendo o principal "culpado" do empate do Sporting.

Boris Peskovic é eslovaco, e está em Portugal desde Julho, não tendo ainda tempo para aprender o nosso idioma. Então, como é que ele se entende, especialmente com os companheiros, visto não falar outra língua, senão a materna?

A resposta é dada por Orlando, jogador da equipa coimbrã: "É óbvio que, por vezes, ele não consegue expressar exactamente o que pretende. Por isso, pode optar por nem dizer nada, já que não encontra os termos correctos, mas, no geral, por palavras ou gestos, conseguimos entendermo-nos bem. Como toda a gente diz, o futebol é uma língua universal, portanto não há problemas a esse nível".

O defesa-central acrescenta ainda que Peskovic já sabe algumas palavras em português: "Quais? Aquelas que se aprendem logo, e às vezes dizemos uns aos outros, mas só na brincadeira, ou talvez não. Quando ouvimos o Pesk a dizê-las, ficamos apreensivos, pois ele tem um vozeirão que assusta qualquer um", disse entre risos.

Se hoje toda a gente fala bem do guardião da "Briosa", houve tempos em que as coisas não correram pelo melhor, especialmente no princípio da temporada. Orlando diz que isso "não teve nada a ver com dificuldades de comunicação. São coisas que acontecem. Ele é como qualquer jogador de campo. Ainda não estava na melhor forma e isso levava a que pudesse não ter a percepção mais adequada em alguns lances ou à falta de confiança para jogar com os pés, por exemplo. Mas ele melhorou bastante, e ainda ontem teve uma exibição fabulosa. Devemos-lhe muito neste jogo".

Mas a situação de Peskovic não é virgem na Académica, pois Markus Berger, defesa-central austríaco passou pelo mesmo: "Quando chegei também não falava mais nada se não austríaco. Foi muito difícil adaptar-me, não só por causa da língua, mas também devido ao clima. Em alguns dias de Julho apanhei mais de 30ºC, o que para mim é um calor excessivo".

Em relação à comunicação com o guarda-redes eslovaco "foi complicado, especialmente no princípio da época, mas como já fizemos muitos treinos juntos, deu para falarmos: uma palavra aqui, outra ali, um gesto acolá e lá vamo-nos entendendo. Ele já está perfeitamente dentro do espírito do grupo, e a prova foi o grande jogo que fez ontem em Alvalade", concluí Berger.


Jornalista: João Miguel Pereira

Foto: Tiago Petinga, fotojornalista "Lusa"

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